domingo, 23 de dezembro de 2012


A reflexão de meus atos no espelho

parecem distante e disforme de mim mesmo



O planejar de meus atos

se realizam na abertura de meus sentidos



A realização deles, na realidade,

se dão na eterna mistura da reflexão e do planejar



Mas nada aconteceria se a abertura para a realidade,

para aqueles que estão presentes,

não for criativa



O criativo não é egoico,

que passa por cima de todos.

O criativo é a construção

do dia a dia das relações



Que a transformação não seja apenas uma palavra

mas um ato de vida.
 
 
E que venha 2013
 
 

domingo, 9 de setembro de 2012

Sem choque... sem mundo... apenas o silencio... que cala meu sentir.



“Hamlet Meu fardo
me conclama e me torna cada artéria
tão rija quanto os nervos do leão
De Neméia. Outra vez ele me chama:
Largai-me, meus amigos; pelos santos,
farei fantasma a quem me detiver
larga-me, digo! - vamos, vou seguir-te

(saem fantasmas e Hamlet)

Horácio Ele se exalta na imaginação.
Marcelo vamos segui-lo. Não o obedeçamos.
Horácio Vamos. O que sairá de tudo isto?
Marcelo Algo está podre aqui na Dinamarca.”

Estou assim, como Marcelo, sentindo um cheiro que não tem lugar, aliás, sempre gostei desta passagem em Hamlet, mas nunca me fez um sentido até então, pois achava que gostava, por ela ser a menção de um problema longe de mim. Porém, tenho uma ligação muito forte com a Dinamarca, ou mais carinhosamente chamada de Danmark. Desde meus 15 anos, tenho contato com um casal de senhores dinamarqueses, que na ultima vez que os visitei, por temer ser a ultima oportunidade de reencontrá-los em vida, eles me apresentavam para todos os vizinhos como sendo o “filho brasileiro”. A Troels, minha mãe dinamarquesa, fez meu doce de morango dinamarquês favorito, não que eu tenha comido muitos, mas foi o que ela fez da ultima vez que passei por lá.
Na realidade esta passagem me diz de algo próximo, de algo que é meu, mais que de qualquer um.
Mais que cheiro, eu sinto que não vibro, que há um silêncio, há algo estranho dentro de mim. Nada reflete, nada encaixa, apenas os movimentos na musica. Na formalidade de meu comprometimento com o projeto e nada mais.
Minha reflexão começa há alguns meses atrás, quando uma amiga me pergunta:
- Ti, você está sentindo algo estranho? Então respondo, o que eu tinha para aquele momento, mas não era somente aquilo que eu estava sentindo, era a discriminação sentimental possível. Ela que levanta a ideia que refletia dentro de mim, a falta de vibração.
- acho que tem ligação com o tema desse ano. Nossa conversa não foi muito adiante, mesmo porque estávamos no horário para entrar. Neste mesmo dia, houveram duas outras coisas. A primeira foi a dificuldade de entrar na Club (neste momento, me questionei se era somente a questão física ou não). Senti-me isolado, para fora, mas até ai, acreditava que poderia ser a minha maneira de ser, de ser reservado, de ser fechado.
Mais tarde, depois de um encontro sem ensaio propriamente dito, e depois de muita conversa, de reviver o momento que "Pretty Woman" foi apresentada como sendo o tema da proxima apresentação, justamente quando estava num momento tenso com minha mãe e que hoje, não estou mais, sempre resignificando, até que, um amigo me pergunta.
- Tiago, você está muito calado, o que acontece?
- não sei, ainda estou muito confuso. Referia-me sobre o silêncio que estava dentro de mim.
Na mesma semana, mudança de horário. Tive que mudar um pouco meus planos, podendo participar apenas como uma metade de mim. O que me deixou mais encucado. Estava ficando mais distante.
Algo que deveria vibrar e não estava vibrando, não tinha raiva ou amor, ou qualquer coisa e assim foi nos ensaios, apenas a técnica, uma perna, um braço, posse. Isso não significa que não brinquei, ou me diverti, mas algo me faltava. Minha vontade está sem vibração, como se estivesse sendo abandonado de lado, assim, como deixamos aquele brinquedo que tanto gostavamos de lado por não fazer mais sentido... mas o que deixou de fazer sentido?
O pior sentimento é a indiferença, mas porque estaria indo para esse sentido? Normalmente, acontece quando me defendo de algo que possa me ferir... mas o que estava me ferindo? Seria o fato de não “existir” mais "Santa Club"? Com o punho erguido. O que aconteceu de um tempo para cá? O que aconteceu que não reflete dentro de mim? Que fuga é essa que preciso me colocar indiferente, repetindo os movimentos sem uma emoção sequer, apenas no ritmo, sem deixar a emoção apoderar de mim.
Na sexta-feira do feriado, tive um encontro, fui ver um filme de dinossauro com uma amiga muito querida, e o filme era ruim, mas o reencontro fez algo vibrar em nossa conversa, entre nosso contato, que me levou a escrever este texto, pois percebi que estava abandonando parte de mim, que não consegue seguir em frente... e o que fazer para recuperar esta outra parte? Quais fantasmas preciso enfrentar para conseguir sentir novamente? Seria o medo de meus “pais dinamarqueses” morrerem e, com isso, eu deixar de existir na Dinamarca?
Ou como O Teatro Mágico diria: "enquanto houver você do outro lado/ Aqui do outro eu consigo me orientar". Estou sem oriente, sem orientação, talvez, por não sentir, por ser tomado pelo silêncio, pela falta de reverberação em mim, algo que antes não havia. Não tem a tensão da arte, apenas da técnica e o abandono de algo que me foge, que me silencia que me entristece, que me faz repetir os movimentos, somente por repeti-los, e não por amar ou odiar aquele movimento, não é o chão, ou o pular, é apenas um mover sem sentido.
Curioso comportamento, acabei de sentir um aperto no coração, mandei um e-mail para Addy and Troels (meus pais dinamarqueses) perguntando como eles estão, algumas lágrimas ensaiaram a sair, desde o começo do ano, não falo com eles e esse texto me impulsionou a escrevê-los e um sentido se fez, a "Saudade". E qual é o sentimento que estou na dança?? Nos movimentos da vida?... no abandono de mim mesmo em busca de minha exatidão, no abandono para não sentir o aperto no coração de não ter noticias de pessoas que foram importantes, de pessoas queridas, no abandono de mim para terminar logo, no abandono de mim.... de mim... de eu mesmo... no silencio... sem eco... sem retorno... ou no barulho... sem escuta... seja no silencio ou no barulho, o que deveria aflorar ficou ali, preso em minha caixa, que temo abri e prendo Pandora para ela também não abri-la.

A esperança é incerta e o processo pode ser mais doloroso do que posso realmente aguentar. Os reencontros é o que estrutura uma boa ou má relação, neste momento percebo que deixei muitos contatos que poderia ter mantido, mas também faz sentido deixarmos de lado, assim como faz sentido lutar por outros contatos, assim como também brigar por eles e com eles... Qual é o reencontro que preciso acontecer...

quarta-feira, 8 de agosto de 2012


                Ela veio se aproximando, calada. Quando percebi, ela já estava do meu lado. Para onde eu ia, ela ia junto. Não largava do meu pé, me vigiava o tempo todo, algo que me cansava. Um amigo me pergunta:
  • mas e ai, não vai pegá-la?
  • Eu não! Confirmei com todas as minhas energias
  • mas porque não? Parece que ela está afins de você.
  • Estou bem assim.
  • É mesmo?
  • Com toda a certeza.
               Desconversei e fui embora, e ela ainda no meu pé.
            Mudei de estratégia, comecei a me fingir de morto, sai correndo, pulava para cá e para lá, e ela ainda ali me olhando.
              Quando tentava pegar na minha mão, eu a tirava, passava álcool em gel. Quando se aproximava da minha boca, fechava-a e me esquivava.
               Eu estava doido, paranoico, mas assim foi até que eu cansei.
               Neste momento, ela me dominou, sem poder reagir fiquei de cama. Dores no corpo, cansaço, não conseguia mais falar.
              Fui pego por ela, dominado, nem reação pude ter nos primeiros momentos, me sentia dopado, a gripe realmente tinha me pegado.


Paulo Tiago Akio Ogura

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Deixe suas impressões no mundo para que ele fique impressionado e que dessa impressão nasça um coração.
Eu menti
Achei que nada temia
Então, descobri
que os gritos que eu dava
eram para selar
aquilo que vinha.


Paulo Tiago Akio Ogura

sábado, 10 de março de 2012

Uma boa dica -Contra-filé ao molho de mostarda

Ingredientes:

  • 4 bifes de contra-filé com ou sem osso
  • 1 colher (sopa) de azeite de oliva
  • 2 colheres (sopa) de mostarda
  • 1 colher (sopa) de manteiga
  • 2 colheres (sopa) de Whisky
  • Sal e pimenta
  • 6 colheres (sopa) de creme-de-leite fresco
Receitas de Contra-filé ao molho de mostarda






















Modo de Preparo:

  • Espalhe sobre cada filé uma camada fina de azeite e uma camada bem fina de mostarda.
  • Aqueça a manteiga numa frigideira grande, e quando estiver bem quente, frite os filés a gosto.
  • Passe para uma travessa, despeje o conhaque na frigideira e leve ao fogo forte, raspando
  • bem o fundo para aproveitar toda a crosta da fritura.
  • Junte o restante da mostarda, tempere com sal e pimenta, acrescente a metade do
  • creme-de-leite e mexa bem.
  • Diminua a chama, acrescente o resto do creme-de-leite e junte os filés já fritos.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Curiosamente me peguei pensando na seguinte frase: foi justamente, no momento, no qual estive mais proximo da pessoa, era o dia que ela morreria...

Isso foi o que aconteceu comigo e meu pai... de alguma forma vi a finitude, não somente de uma vida, mas de uma ligação, num estado de proximidade que nunca tive antes com ele. Vivia em seu mundo, na sua distancia confortável, e a doença nos aproximou... tragico, porém verdadeiro, a dificuldade une as pessoas, claro que pode separar, mas se ambas estão andando para o mesmo lado, tudo tende a aproximá-las, mas será que precisamos esperar esses momentos apenas para se aproximar verdadeiramente de alguém?

O motivo pelo qual me peguei pensando nesta frase, foi que um dia falei para um amigo: "cara, para você poder seguir em frente, você precisa abrir mão daquilo que te fez até agora. Isto porque, hoje, o que te fez está te prendendo". Por coincidencia ou não, ele deu um salto e conseguiu se livrar das amarras, então, passei a me questionar: " quais são as minhas amarras?", "O que foi que me fez que não me serve mais?"... e agora escrevo isso sem saber muito a resposta, mas a questão de perder algo precioso, justamente, quando estou mais proximo dele, soa doloroso... Se fosse escrever um texto, um conto, como seria? Deixarei para depois, fechando essa semana e a chamando o mês que está começando!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Nunca se sabe em qual página do livro se encontra a felicidade, por isso, é preciso continuar lendo o livro da vida até o fim e se deliciar com cada letra e cada frase.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Ainda é inicio do ano, momento, que os movimentos da vida parecem não se mover... Novos projetos, melhor dizendo, alguns velhos-novos projetos estão ali esperando um pouco até que o ano realmente comece.
Dizem que no Brasil, o ano começa apenas após Carnaval, sempre tive essa sensação também, pois sempre esperava as aulas começarem, pois essa era uma vida de espera. Hoje, a vida segue diferente, não espero o Carnaval para começar, quero começar antes, para que no Carnaval eu tenha tudo pronto para terminar, na ansia de fazer tudo o que desejo fazer, de limpar as prateleiras da vida para colocar outras coisa nela, porém, há a espera de maturação da ideia e da energia a ser disposta para tal projeto.
Assim como pisar num palco, no qual o publico te espera, precisa de preparo, tanto para o sucesso quanto para o não sucesso, mas não é isso que me prende neste momento.
Mas a ansiedade de fazer tudo com calma para não atropelar as coisas antes que elas tenham estrutura suficiente para continuarem.
Assim começa 2012, que caminhos tomar? não faço ideia, vou seguindo os caminhos possiveis que a vida me abre e rezando para que esses caminhos me leve para lugares incriveis e mais que isso, que eu reconheça e valorise esses lugares!