terça-feira, 13 de julho de 2010

Horizonte


Qual é o meu horizonte?

Neste fim de semana que passou, pude vivênciar algo que já havia vivido, mas não tinha sentido desta maneira.
Fazia tempo que, eu não saia de São Paulo, além do mais, em direção as montanhas.
Faz mais de ano que estou vivendo na selva de pedra, mais de ano, que não consigo olhar para além de meu próximo passo.
Curioso isso, seria ele cotidiano ou um patologia psiquica, ou algo natural?
Na verdade, de um cotidiano que: a perspectiva não pode ir além da esquina, além do próximo prédio, sendo isso que conseguimos ver.

Estava esquecendo de falar outra coisa... No fins de semana anterior, eu corri 10 km, na cidade de São Paulo vencendo cada centimetro, completando a prova, e deixando alguns pesos para trás com apenas um objetivo. Terminar a prova, e provar para mim mesmo que eu consigo. Não havia horizonte para admirar, mas placas e sinalizações, ruas e pontes, ladeiras e retas, no frio de 3 de julho.
Fiquei satisfeito com o resultado, porém não tinha me tocado que não tinha horizonte, somente um objetivo; voltando para o relato desse fins de semana que se passou.

Estava em Monte Verde com pessoas queridas. Lá fiz duas trilhas, uma no primeiro dia e outra no ultimo.
Acompanhado por uma pessoa muito cara, subimos a pedra Chapeu do Padre, que tem um grau de dificuldade emocionante e a recompensa. A vista.
Olhando para a mesma, veio a mente. Nossa! o que tem atrás daquela última montanha? Quanto tempo eu gastaria para chegar lá?
Rodeado, todos os lados que eu olhasse tinha horizonte. Um arrepio me subiu a coluna, e a imensidão me veio via corpo.
Sentimento de missão comprida, de desafio vencido, assim como na corrida de dez kilometros.

Agora, ficou a pergunta que deixarei aqui...

Qual é o próximo desafio?

Que Horizonte eu quero chegar?

Assim termino por hoje.

Boa semana

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Meio... fim... ou começo de uma saga?

Estava sonado quando atendeu o telefone, a voz que vinha do outro lado da linha parecia distante. Soava diferente. Ele não entendia direito o que estava acontecendo, mas parecia mais um adeus do que uma notificação de boas novas.

Após desligar o telefone, ficou olhando com os olhos embassados para o visor que indicava a última ligação.

Deitou-se novamente e fechou os olhos como se não tivesse acontecido nada. O sono não veio como ele esperava que viesse. A cama não dava o formato do seu corpo como anteriormente. Lembrava cada frase que, a pessoa do outro lado, havia pronunciado.

Ficou olhando para o teto no escuro, fechou os olhos novamente, e tentou respirar, mas nada. Merda, pensava. Levantou-se e foi até a geladeira pegar um leite, misturou com chocolate, assim como em sua infancia. Tomou o leite frio mesmo, deixando o bigode de chocolate.

O sono continuou fugindo de sua mente, andou um pouco para cansar o corpo, mas nada. Resolveu tomar banho quente para amolescer o corpo, mas também não adiantou, sua agitação estava lançada a sorte.

Como assim um adeus, gritou seu cérebro inconformado com a passividade que ele se colocava. Fingira como se não ouvisse. Curioso era o que ele podia sentir, um pequeno mal estar que aumentava a cada segundo, como se estivesse sendo colocado para escanteio. Fato, mas na verdade, ele quem colocara tudo para escanteio antes de qualquer coisa.

As palavras não desciam, algo entalara em sua garganta, tentava pigarrear, mas nada limpava a mesma. Estranha sensação.

Levantou-se de vez, caminho até o armario e colocou uma roupa para caminhada. Fazia frio aquela noite, mas ele precisava liberar a adrenalina que criara depois da noticia.

Era um fim, como ele odiava o fim, eles deixavam-o deprimido, odiava dizer adeus, mas aprenderá a ignorar os chamados da vida, pois assim não precisava dizer Adeus a mais nada. Se assim vivia, naquele momento, ele se questionava o que havia acontecido para que algumas palavras lhe causassem, melhor, lhe afetasse tanto.

Finalmente a vida lhe dera a tão esperada rasteira. Não esperava por nada, assim achava que não sofria, porém quanto mais tempo passava, mais sofrimento ele sentia. Era hora de mudar, gritou o corpo inteiro, mas ele não sabia como.

Caminhou o resto da noite, olhava para o ceu e não sabia se rezava ou se chorava. O céu era iluminado pelas estrelas.

Seus olhos enchiam de lágrimas e escorriam pela lateral.

Que maldita tristeza é essa, meu deus?? Questionou-se pela rua vazia, depois olhou para os lados, para ver se nenhum vizinho tinha acordado com o berro que dera.

Andou durante uma hora, sem saber para onde ir. Até que percebeu onde estava. Em frente a casa da pessoa que ligara para ele. Fitou a casa durante muito tempo.

Enfim, virou as costas e foi embora. Já diria no bom portugues, em boa hora. As horas se iam tarde da noite.

Voltou para a casa, ficou olhando para a fechadura da porta, esperando que ela falasse qualquer resposta que fosse para elucidar sua mente conturbada.

Abriu

Entrou

E fechou

Dentro de casa, subiu para o quarto, ligou o rádio e foi tomar banho. Na radio, escutava levemente a voz do locutor apresentando uma musica, que logo começou, ele escutava de dentro do banho a musica. Era dificil de entender o que o cantor estava dizendo, mas soava para ele como “Stuped boy why don’t you show your feeling”. Quando saiu da banho a musica já havia acabado, nem o nome do artista ele conseguiu pagar para escutar depois. Deitou-se.

A escuridao invadiu sua mente. O sono veio antes que ele pudesse dar três profundas respirações.

Dormiu

Sonho

Ele estava andando num deserto sem fim, mas de alguma forma não sentia sede. Não encontrava ninguém, seguia sempre em frente sem olhar para os lados. Quando de repente, veio uma brisa gélida que fazia-o sentir em seus ossos.Ele se encolhia na cama conforme o sonho seguia, o frio congelava seus pés sempre quentes. O frio das noites do deserto queimava, mesmo assim, continuava a andar sem parar. Continuava não olhando para os lados, seguia sempre em frente, não conseguia virar a cabeça devido ao frio, pelo menos era isso que ele achava. Quando caiu no chão de cansaço, a terra se abriu e ele engolido. Sentia dores por todo o corpo. Sentia o quente de sangue, assim como o seu cheiro. Quando levantou, viu que estava todo ensanguentado, havia caido em cima de muitas roseiras, pensou em gritar, mas não conseguia ver o que estava em volta, levantou e seguiu em frente como sempre.

Chegou num quarto cheio de luz. Continuou andando até encontrar um espelho. Olhou para o que seria seu rosto. Estava todo deformado, todo arranhado e ensanguentado. Pela primeira vez no sonho, ele olhara para baixo, e percebeu quanto seu pescoço estava duro. Virou de um lado, depois para o outro. Nisso, sua visão pode preender muito pouco do que estava a sua volta, pois não conhecia nada além do que estava na sua frente.

Foi, quando olhou para o lado, que começou a chorar, percebera que estava sozinho, só não sabia quanto tempo.

Acordou todo molhado, como de um pulo na cama levantou-se, correu para o banheiro e se trocou.

Enquanto isso, uma frase vinha a sua cabeça, uma frase que lera a muito tempo atras, inicialmente nem o livro conseguia recordar. A imagem da historia foi se formando e sua mente. Milan Kudera era o autor e Insustentável leveza do ser era o titulo.

Sem olhar para o relógio e muito menos teve lembranças de pegar o celular. Correu porta a fora e foi de encontro da única porta que poderia ir, que estava quase se fechando para todo o sempre.

Bate na porta. Esperou um segundo e meio, bateu novamente. Olhava para os lados, ninguém vinha atender, ficou durante muito tempo esperando e nada além do silêncio da porta. Burro, estupido, gritou dentro de sua cabeça. As lágrimas saiam sem controle, estava realmente sozinho, sem ninguém sem nada.

Levantou-se

Virou-se

E foi embora.

A Frase de Kundera continuava ecoando em sua mente.

“O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma multidão inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (esse desejo sdiz respeito a uma só mulher”

Chegou em casa, sentou no sofá e decidiu não ir trabalhar. As lembranças corriam suas lentes.