quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Por vezes, gostaria de ter uma bola de cristal

para espiar o meu futuro

tem dias que corro para o tarô

outros dias para o I Ching


Mas logo percebo que não tem como

saber de algo sem dar o primeiro passo

sendo que este pode nos levar

para lugares que nem desconfiamos


Mesmo assim, olho meu mapa astral

mesmo não o entendendo, mas na esperança dele entrar por Osmose

então aos zoodiacos no céu ou no papel

mas nada ne adianta se primeiramente

não me aproprio de mim

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Seria a ultima do ano??

Ontem, foi meu aniversário. Como de costume, passei em casa, de forma tranquila, mesmo porque, não estou bebendo bebidas alcoolicas. Devido a São Silvestre :).
Mas o que eu vim escrever aqui não foi isso.
Semana passada, participei de um acampamento. Ajudei a coordenar as atividades das crianças. Apesar de não lembrar direito quais são as atividades seguintes, de alguma forma eu sabia o que aconteceria no momento seguinte.
Infelizmente, choveu bastante, as crianças começaram a ficar impaciente pois não tinha lugar fisico para gastar a energia deles.
Percebi que nessa idade, podemos fazer acordos com eles, além entender o sentido, eles cumprem com o acordo, desde que você também cumpra com o seu.
Foi importante esse acampamento, percebi muitas coisas que antes não percebia em mim, o que é engraçado :)
Realmente trabalhar com criança é legal... estava na minha cabeça agora, que é mais traquilo, mas a tranquilidade não é por ser criança, mas em suma, criança "saudavel". Aparentemente não tenha nenhuma questão psiquica mais pesada. Apesar de ter duas crianças bem dificeis. Uma com um retardo avançado e outra que não consegui diagnosticar. Elas me ensinaram muito, e percebi que era mais ou menos isso que eu buscava quando disse que queria viver antes de voltar a estudar. Realmente, a prática não deve se encaixar na teoria, e a teoria pode deixar espaço em branco para que a individualidade possa aparecer.
O diagnostico nesse momento é importante para poder pensar em como atuar, pois não se atua de igual com uma criança "normal" e da "especial".
Vou ficar por aqui, depois escrevo mais sobre...

o natal está chegando!!!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Droga, estou me desensibilizando

É incrivel como as coisas vividas vão fazer algum sentido após algum tempo de distanciamento; Não que o que reflita seja a verdade, mas é como me pega nesse momento, depois de tudo que ocorreu.

De alguma forma, somente agora estou digerindo algumas questões que estavam me incomodando durante o trabalho com os dependentes quimicos.

Muitos deles falavam que acreditavam em energia boa e energia ruim. Nenhum deles relacionou a droga com energia ruim, mas que usavam quando estavam (contaminados por energia ruim). Um deles me contou que usava com os amigos e assim se sentia bem. Questionei sobre como era ficar COM as pessoas. Respondeu que era normal, não tinha problema quanto a isso. Então perguntei como era quando ele estava sobrio. A pergunta ficou no ar.

A cada reação do corpo, seja ela: dor, prazer, desconforto, conforto, é uma resposta de como o mundo age em nós e como reagimos a ele.

Nesse fins de semana fui a uma balada, coisa que não fazia há tempos. Ambiente legal e conhecido, pessoas legais e conhecidas e desconhecidas também. A diversão era o motim para ter ido para lá, coisa que consegui fazer. Como de costume fiquei sobrio, mas com uma outra presença, foi totalmente estranho olhar para o ambiente dessa forma.

Percebi as pessoas bebendo e bebendo, até este momento nada de novo. Estava curtindo a banda quando alguns seres chegaram e literalmente me empurraram para outro lugar, obvio que fiquei com raiva, e isso acontece bastante, pois no fundo, o respeito, as pessoas deixa em casa. Enfim, continuei prestando atenção na banda, de forma descontraida, quando chegou um momento que me ouvido começou a doer. Tive que improvisar e colocar um pedaço de papel no ouvido para proteger e nesse momento perdi um tanto da minha audição.

Bem, cheguei a esse ponto, para dizer que se eu tivesse bebido bastante, muito provavelmente, não teria percebido essa dor e prejudicaria a minha audição, não hoje, mas no amanhã. Assim como aconteceu há 11 anos atrás com a minha voz, hoje, tenho que cuidar dela mais do que talvez precisasse se não tivesse ultrapassado o meu limite.

O que ficou dos meus 18 anos foi que perdi a voz e sem ela, deixei de falar muitas coisas, me anestesiei perante ao mundo e passei a observar e tentar a cada dia estar mais em contato com o outro. Muitas vezes, o outro não está pronto para esse contato, seja ele consumidor de drogas, remedios, compras, downloads, seriados, jogos etc etc... sempre me questiono o que fazer?

Ter a paciencia de um terapeuta? Ou de um oriental? Ou mesmo, não ter.

Minha resposta?? Não tenho... vou trilhando e achando onde posso ir, onde posso chegar... Para isso, preciso estar mais sensivel as coisas, estar mais presente em meus limites. Não depender de coisas para me sentir mais alegre, mas estar mais alegre independente do que se tem.

Precisei me desensibilizar de mim para poder me olhar de outra maneira, me sensibilizar novamente, para chegar a uma conclusão que é minha, que outros podem questionar com todo o direito, mas todas as vezes, que me entorpeço, seja com chocolate, compras e até cerveja, Estou desligando a chave da presença mais sincera, e disfarço o meu eu, fujo para um monte que tb não consigo criar, apenas consumir para diminuir as tensões, fugindo de mim mesmo, mas quando vou para a imaginação ativa e criativa estou cada vez mais proximo de mim e isso me deixa mais sensivel... e a grande questão que fica é: e o que eu faço com isso (sensibilidade)? A resposta que tenho hoje é: deixe fluir, por mais assustador que seja, deixe fluir como a água, pois ninguém consegue contê-la.


boa semana


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Confiar ou Confinar

Duas palavras. Por distração, as duas palavras se transformam na mesma.
Estou com elas, há duas semanas, desde o encerramento de um grupo terapeutico. Não foram esses termos que apareceu no grupo, mas o sentido foi esse.

Quantas vezes, confundimos confiar, confinar, depositar e se jogar? Uma pessoa me disse: "Cara, eu depositei toda a minha confiança naquela pessoa". Normalmente é o que fazemos, pegamos nossa confiança e depositamos no outro, como se o outro fosse um banco e pudesse guardá-lo para todo o sempre.
Como principio penso que, o outro não é deposito, apesar de terem muitas pessoas que se fazem de, e sofrem por esse motivo, seja, espiritual, energético ou fisico.

A partir do momento que depositamos em alguém, tiramos nossa responsabilidade (o nosso responder por nós mesmo) e deixamos para que o outro se vire com isso. Muitas vezes, para um futuro, podermos nos abster de nossa dor.

Confiar - no dicionário encontro assim: con.fi.ar
(lat confidere) vti e vint 1 Acreditar, ter fé. vtd 2 Incumbir, encarregar.

Mas gostaria de colocar outra parte, uma parte que nos faz responder ao outro sem nos tirar da relação.
Dentro da palavra, vejo outras duas : Con-fiar. FIAR COM.

O trabalho de fiar um fio, é um trabalho delicado, ele não pode ser feito as pressas e nem com muita calma, pois se for feito as pressas, o fio arrebenta e será necessário recomeçar o trabalho. Caso seja muito lento, o fio embola e novamente será necessário recomeçar o trabalho. FIAR COM exige um trabalho harmonico, sendo que um rode a roda e o outro puxe o fio, se estiver desarmonico, não importa quanto estas pessoas sejam perfeitas, o fio sairá ruim.

Para isso, é preciso estar em contato com o outro a todo o momento, como numa dança ou numa banda de musica. Não basta jogar no outro e sair pulando de alegria, dizendo ao mundo: "Vejam como eu sou bom, depositei minha confiança em quem (não) merecia" tirando a parte que lhe cabe.

Quando se faz isso; quando depositamos, confinamos nós mesmo na outra pessoa e confinamos a outra pessoa em nós. Nos prendemos. Uma vez que, reduzimos a nos mesmo, quando não carregamos a nossa parte da relação. Nos reduzimos ao ponto de jogarmos a culpa no outro também, já que "investimos" na relação e a moeda foi o deposito de confiança.

Um deposito e não uma construção.
Na construção, delegamos e deixamos que o outro entre na nossa vida de forma mais equilibrada.