quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Confiar ou Confinar

Duas palavras. Por distração, as duas palavras se transformam na mesma.
Estou com elas, há duas semanas, desde o encerramento de um grupo terapeutico. Não foram esses termos que apareceu no grupo, mas o sentido foi esse.

Quantas vezes, confundimos confiar, confinar, depositar e se jogar? Uma pessoa me disse: "Cara, eu depositei toda a minha confiança naquela pessoa". Normalmente é o que fazemos, pegamos nossa confiança e depositamos no outro, como se o outro fosse um banco e pudesse guardá-lo para todo o sempre.
Como principio penso que, o outro não é deposito, apesar de terem muitas pessoas que se fazem de, e sofrem por esse motivo, seja, espiritual, energético ou fisico.

A partir do momento que depositamos em alguém, tiramos nossa responsabilidade (o nosso responder por nós mesmo) e deixamos para que o outro se vire com isso. Muitas vezes, para um futuro, podermos nos abster de nossa dor.

Confiar - no dicionário encontro assim: con.fi.ar
(lat confidere) vti e vint 1 Acreditar, ter fé. vtd 2 Incumbir, encarregar.

Mas gostaria de colocar outra parte, uma parte que nos faz responder ao outro sem nos tirar da relação.
Dentro da palavra, vejo outras duas : Con-fiar. FIAR COM.

O trabalho de fiar um fio, é um trabalho delicado, ele não pode ser feito as pressas e nem com muita calma, pois se for feito as pressas, o fio arrebenta e será necessário recomeçar o trabalho. Caso seja muito lento, o fio embola e novamente será necessário recomeçar o trabalho. FIAR COM exige um trabalho harmonico, sendo que um rode a roda e o outro puxe o fio, se estiver desarmonico, não importa quanto estas pessoas sejam perfeitas, o fio sairá ruim.

Para isso, é preciso estar em contato com o outro a todo o momento, como numa dança ou numa banda de musica. Não basta jogar no outro e sair pulando de alegria, dizendo ao mundo: "Vejam como eu sou bom, depositei minha confiança em quem (não) merecia" tirando a parte que lhe cabe.

Quando se faz isso; quando depositamos, confinamos nós mesmo na outra pessoa e confinamos a outra pessoa em nós. Nos prendemos. Uma vez que, reduzimos a nos mesmo, quando não carregamos a nossa parte da relação. Nos reduzimos ao ponto de jogarmos a culpa no outro também, já que "investimos" na relação e a moeda foi o deposito de confiança.

Um deposito e não uma construção.
Na construção, delegamos e deixamos que o outro entre na nossa vida de forma mais equilibrada.

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