quarta-feira, 8 de agosto de 2012


                Ela veio se aproximando, calada. Quando percebi, ela já estava do meu lado. Para onde eu ia, ela ia junto. Não largava do meu pé, me vigiava o tempo todo, algo que me cansava. Um amigo me pergunta:
  • mas e ai, não vai pegá-la?
  • Eu não! Confirmei com todas as minhas energias
  • mas porque não? Parece que ela está afins de você.
  • Estou bem assim.
  • É mesmo?
  • Com toda a certeza.
               Desconversei e fui embora, e ela ainda no meu pé.
            Mudei de estratégia, comecei a me fingir de morto, sai correndo, pulava para cá e para lá, e ela ainda ali me olhando.
              Quando tentava pegar na minha mão, eu a tirava, passava álcool em gel. Quando se aproximava da minha boca, fechava-a e me esquivava.
               Eu estava doido, paranoico, mas assim foi até que eu cansei.
               Neste momento, ela me dominou, sem poder reagir fiquei de cama. Dores no corpo, cansaço, não conseguia mais falar.
              Fui pego por ela, dominado, nem reação pude ter nos primeiros momentos, me sentia dopado, a gripe realmente tinha me pegado.


Paulo Tiago Akio Ogura

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