terça-feira, 6 de janeiro de 2009

óculos

Não seria estranho eu escrever sobre os óculos que perdi no segundo dia de viagem em Ubatuba, se eu tivesse outro óculos de reserve, como podem perceber, eu não tinha.

Estava remando em cima de um Caiaque com o meu sobrinho. Tínhamos voltado para terra para saber quanto tempo faltava para acabar o prazo. Ainda tínhamos meia-hora, por isso, ficamos um demos meia volta e fomos remar outra vez no mar, porém, desta vez, algo teria a acontecer.

Um dia anterior a este, cruzou por nós uma borboleta belíssima de cor azul. O Nan tinha falado que ela traria sorte para nós.

Voltando a volta para a praia, depois do tempo esgotado, estava remando, quando por infortúnio do destino o barco virou um pequeno grau, porém as ondas estavam fortes e nervosas. Viramos, não pensei duas vezes, fui de encontro ao meu sobrinho para ajudá-lo. Quando percebi estava vendo como na piscina, tudo dês-focado. Recolho o barco, pois a praia estava achei de gente, pois fizera sol naquele dia. Quando olho para a cabeça de meu sobrinho, percebo que ele também estava sem boné.

Ele se questionou muito sobre a sorte que a borboleta tinha trazido para nós. Eu pude ficar mais comigo no sentido de não conseguir ver muito bem o mundo, mesmo que tenha feito algumas amizades de verão, não fora nada muito diferente. Apesar de talvez, não conseguir reconhecer as pessoas quando elas passarem por mim e eu estiver usando óculos com grau correto.

Pude ficar mais introspectivo, não sei se isso é realmente bom, mas foi interessante, pensar do momento que comecei a usar óculos até o dado momento.

De como o não ver, não depende de sua vista cansar de olhar para o imutável, mas para agüentar a angustia de ver o que não se quer ver. Desde então minha visão tem piorado, não que tenha algo genético no meio, mas algo que faz sentido neste momento de minha vida. Estanho pensar assim, mas acredito que só podemos realmente ver aquilo que estamos pronto para ver, e como acho que na grande parte estamos prontos, porém, não nos achamos prontos, forçamo-nos a não ver.

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