sábado, 10 de outubro de 2009

Manter aqui as coisas é não mudar

Qual é o ganho de me manter onde estou e como estou?
Essa pergunta está em minha mente desdes quinta passada, questionada por Lucia.
São poucas pessoas que conseguem me fazer pensar nesta profundidade e mesmo assim eu não consegui uma resposta racional....
Pensei na comodidade, muitos amigos dizem que o homem busca o comodo e não a mudança, por vezes, eu também quero uma estabilidade no sentido emocional, porém a cada fato, a cada instante o mundo age em nós, e nos tira da posição comoda. Li em Caplan que essas chamadas da vida, não necessariamente são reais mudanças no sentido de enfrentar uma situação, mas que olhando a longo prazo, a pessoa está rodando no mesmo circulo que antes, porém, com a sensação de mudança. Isso seria o que desejaria ser estável? Sempre de boa? Em conversas com amigos, eles dizem que a cada dia eu tenho uma novidade, seria isso real ou é da maneira que eu coloco? Dificil resposta, creio que a vida chama a nossa pessoa para olhar para ela, não importa como, se mutei muito ou pouco isso é merito do esforço de me aprofundar em mim mesmo... que por vezes, vejo um desepero da dissociação se aproximando, pois seria como mergulhar no oceano sem lanterna.
Depois de tanta mudança, qual é o meu ganho de permanecer neste lugar? O que de tão ruim eu fiz para me manter nessa posição? Apesar de ser muito cético, eu tive uma formação religiosa muito forte, e isso tem influencia no meu caso, mas não justifica.
O que significa perder o lugar que ocupava? Pior, o que significa perder um lugar que não é seu e/ou que não ocupa mais?
Manter-se nessa condição para não assumir a propria existencia é ao mesmo tempo fugir de si, pois assim você está a mercê do mundo e não tem muito o que fazer, e/ou não se responsabilizar dos próprios atos.
Acho que se minha vida fosse uma comédia, ela teria visivelmente duas personagens na mesma pessoa, assim como Jekill e Hyde. Uma que faz as coisas acontecerem, que está ai, tomando a vida nas mão e sempre tentando no máximo em não entrar em desespero, sempre com a esperança de um futuro melhor e outro que é corroido pelos defeitos, que teme o mundo e tenta não se responsabilizar pelos proprios e com isso, faz injustiça e "cagadas", sofrendo, assim como a personagem Harvey. A comicidade estaria na tentativa de cada metade tentando seguir em frente e elas se tropeçando, ao invés de uma ajudar a outra, pois os polos não entram de acordo.. ou seja, de um lado, uma metade faz e a outra critica negativamente, colocando a outra face para baixo, com isso ambas ficam baixas e assim, mantendo-se na mesma posição.
Mas novamente, porquê disso?
Simplesmente não tenho resposta para isso, vou fechar meus olhos e deixar que a resposta venha para que eu posso enfrentá-la de frente e seguir em frente.

A criança grita de desespero, mas logo sorri pela atenção que lhe foi dada...

Bom feriado de dias das crianças.

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