Esses dias eu deixei para fazer de cartão de natal, então as palavras me vieram de forma obscuras, surgindo do fundo de minha alma de maneira inexplicavel, o poema me soou pesado, mas mesmo assim mandei, pois ele saiu desta forma e não tem como mudar.
O poema fala sobre a chama da vela que nos hipnotiza, nos leva para outros lugares que não aqueles que estamos acostumados a frequentar e muitas vezes isso assusta até os mais corajosos, pois muitas vezes perdemos controle e ficamos mais perto de nossa própria loucura.
Por algum motivo mudei um pouco o final do poema, talvez porque também temia a minha própria queda nessa insanidade, mas acredito que assim temos que enfrentar, na medida do possivel nossos demonios internos para que possamos lutar na vida e mudar a realidade na qual vivemos, não na perspectiva do "louco" que está nos "manicomios", mas lutar para mudar, saber que temos muito o que fazer e que depende de cada um seguir em frente e trocar de lugar. Se abrir a cada experiencia nova, mas logo depois se fechar para poder entender o que se passou, pois somente assim iremos entender este mundo imensamente grande que nos ameaça, que nos deixa apenas a impotencia de não poder fazer nada, e muito pelo contrário, temos muito o que fazer, e o que nos falta é coragem.
Coragem de assumir a nossa aniquilação. Têm momentos que me imagino como nos romances de samurais. Estou frente a frente do perigo com uma espada na mão pronta para dar um golpe, a cada golpe que dou a cada golpe que recebo, aprendo um novo movimento, não tem movimento repetido.
Assim posso me aprimorar por toda vida e quando isso terminar poderia partir e chegar a completude. Para isso tenho que viver e colocar todos os meus aprendizados em prática, criar novas alternativas, pois a vida é uma metamorfose ambulante, assim como diria Raul Seixas, e por isso a cada momento que estou empunhando uma espada e lutando. Sento com medo, pois posso perecer naquela batalha, naquela alucinação que a chama me trouxe, nas imagens que formam o meu ser.
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